Aryé Campos, conhecida no Brasil como Ashley Rapini, nasceu para brilhar. Desde os 4 anos, encantou as telinhas brasileiras, estrelando comerciais icônicos como Catchup Cica e Barbie. Seu carisma e talento logo a levaram ao SBT, onde marcou presença no Show do Gugu e no inesquecível “Hot Hot Hot” com Silvio Santos, sob a direção de mestres como Jaime Monjardim e Julinho Xavier.
Mas Aryé não se acomodou. Aos 10 anos, lançou seu primeiro CD, revelando também seu dom para a música. Pouco depois, seguiu um caminho ousado: cruzou fronteiras e se estabeleceu nos Estados Unidos, determinada a conquistar um espaço no competitivo mundo de Hollywood.
Hoje, Aryé brilha em Los Angeles, com um portfólio que inclui peças teatrais, filmes e séries de TV. Mais do que uma atriz, ela é uma embaixadora do talento brasileiro no exterior, mostrando que determinação e paixão podem levar qualquer sonho ao estrelato. Seu nome é sinônimo de inspiração e sucesso sem limites!
Batemos um papo exclusivo com Aryé Campos, que abriu o coração e respondeu perguntas incríveis para o Senta na Plateia:
1 – Como surgiu a oportunidade de participar do teste para a série SWAT e como foi o processo até a aprovação para o papel?
O processo foi simples e, como é na maioria dos testes daqui, já́ tinha feito vários para esse show e nunca peguei. Mas sei que a diretora de casting gostava do meu trabalho, então era só o papel certo aparecer. Em janeiro veio um pedido para fazer um self-tape, como sempre vem, eu fiz e mandei pelos meus agentes. E depois de mais ou menos uma semana recebi a chamada de que tinha sido aprovada e que começava a gravar em dois dias.
2 – Como foi o processo de construção emocional para dar vida à Diana Madden, uma mãe que vai à cadeia pelo filho, na série SWAT?
O processo de construção emocional começou desde o teste, onde tive que achar a humanidade da personagem e não olhar para ela como uma vilã, e sim uma vítima do sistema. Depois, entender o porquê ela foi para cadeia em primeiro lugar: que foi para salvar seu filho do pai abusivo. Quando eu entendi o porquê dela ter matado o marido e quis fugir com o filho, que isso foi um ato de amor e não de raiva, tudo isso me informou muito sobre ela e o porquê dela fazer o que fez. Isso me ajudou a achar a humanidade dela para que o público também entendesse e simpatizasse com ela.
3 – Você mencionou que a preparação para o papel foi intensa e rápida. Como foi o desafio de se adaptar ao ritmo acelerado das produções norte-americanas?
Eu já estou acostumada com o ritmo rápido daqui, moro e trabalho aqui há mais de 20 anos, então estou treinada para fazer preparação rápida, pois a maioria das séries de televisão daqui movem rápido. Então não tive que me adaptar, só simplesmente usar as ferramentas que aprendi e que sempre uso.
4 – Qual foi o maior aprendizado ou desafio ao interpretar Diana Madden em SWAT, considerando o perfil complexo e emocional da personagem?
Acho que o maior desafio foi entender o que faz uma pessoa matar o marido, fugir da van de transporte da cadeia, querer ameaçar uma velhinha (no caso a sogra) e quase morrer no processo, tudo para poder proteger e depois falar com seu filho. Uma pessoa tem que estar muito desesperada e ter muito amor para fazer isso, e como eu não sou mãe ainda, entender esse tipo de amor e desespero foi desafiador. Mesmo que as circunstâncias sejam diferentes, certos sentimentos na nossa vida são semelhantes. Como disse anteriormente, por mais que eu não seja mãe ainda, eu sou filha, e se algo similar acontecesse comigo, eu iria fazer o mesmo para poder ver a minha mãe. Então acho que entender esse lado humano de amor foi essencial para me ajudar nesse desafio.
5 – A minissérie Rio Connection, ambientada no Rio dos anos 1970, destaca o Brasil como ponto de conexão do tráfico de heroína. Qual sua opinião sobre essa representação do país em produções internacionais?
Eu acho que séries como o Rio Connection, que contam histórias baseadas em fatos verídicos, são um jeito divertido de expandir um pouco mais da cultura brasileira para outros países. Acho que o Brasil tem seu lado bom e ruim, e Rio Connection, como outras séries, mostra um pouco dos dois.
6 – Recentemente, você fez aulas de stunts para se preparar para cenas de luta. Como tem sido essa experiência e o que você espera alcançar com esse novo conjunto de habilidades?
Eu faço stunt (ou “hand to hand combat”) há anos, mas nesse último ano comecei a focar mais e ir para a aula mais frequentemente. Espero continuar desenvolver minha habilidade física para poder fazer mais séries e filmes de ação, personagens com cenas de lutas, e usar dublê somente nas coisas mais perigosas e complicadas. Quero poder ter a habilidade de fazer coisas básicas e interessantes, pois isso dá mais autenticidade ao personagem e à história. Também aprendi a andar de moto e peguei minha licença por essa mesma razão.
7 – Com uma carreira consolidada nos Estados Unidos, você ainda tem o desejo de atuar em novelas brasileiras. Que tipo de papel ou projeto poderia motivá-la a participar de uma produção nacional desse tipo?
Como eu cresci assistindo novela, sempre sonhei em fazer. Mas o momento que estou agora na minha vida, novela é não é uma coisa realística, pois normalmente dura muito tempo. Como eu tenho meu marido e minha vida nos EUA, fica complicado. Estou mesmo focando em séries e filmes, pois é um formato que gosto mais e encaixa melhor com a minha vida. Sobre o papel que me motivaria, não sei, não tenho algo específico na mente. Mas queria muito continuar fazendo personagens complicados, humanos, interessantes e com várias dimensões.
8 – Após trabalhar em diversos filmes de suspense, você pretende explorar mais os gêneros de ação e comédia romântica. Quais são suas expectativas e o que mais te atrai nesses estilos?
Sim! Comédia romântica é um gênero que eu estou muito tentando fazer acontecer e, claro, ação também. Por isso, estou treinando muito stunts. São dois gêneros que quero continuar a explorar, e já tive algumas oportunidades que não deram certo, mas tenho certeza de que já já chega meu filme no mundo de “Uma Linda Mulher” ou “Missão Impossível”.
9 – Você está se aventurando na produção dos próprios filmes. Que histórias ou temas gostaria de trazer para a tela com essa nova faceta?
Tenho várias ideias que quero trazer e produzir, mas no momento estou focando em comédias românticas de Natal, que é um gênero que eu amo muito e quero muito fazer acontecer.
10 – Quais são os desafios que você enfrentou por ser uma atriz latina?
Acho que nesse momento, meu maior desafio é o fato de eu não parecer com o que Hollywood declara como latina. Essa é uma batalha que eu tenho há anos, pois muitas pessoas ainda vêem os latinos como um estereótipo. Não entendem que ser latino é uma etnia e não uma raça. Então, fazer que Hollywood represente a comunidade latina apropriadamente é muito complicado. Fora o fato de que quando eles pensam em latinos, eles pensam em comunidades que falam espanhol, e nunca pensam no brasileiro. Então, expandir a representação latina, ainda mais a brasileira no audiovisual nos EUA é um desafio grande que continuo enfrentando todos os dias.
11 – Qual conselho você daria para uma pessoa que deseja seguir seus passos e trabalhar com filmes em Hollywood?
Tem que querer muito, mas MUITO mesmo! Sempre falo para as meninas que dou mentoria: se você consegue ser feliz fazendo qualquer outra coisa na vida, faça isso. Porque essa carreira é muito difícil, você tem que lutar muito, encarar muita rejeição, então tem que querer ela muito mais do que qualquer outra coisa. Se não, tem 300 mil outras pessoas que vão te ultrapassar, pois elas querem mais que você. Mas se você realmente quiser, lutar e não desistir, você vai se surpreender com a mágica que é trabalhar no audiovisual daqui. Realmente é um sonho e, fora minha família, eu não o troco por nada desse mundo.
12 – Qual a sua sensação ao ser indicada como Best Supporting Actress no LABRFF 2024?
Fiquei muito surpresa e também muito feliz. É minha primeira indicação como atriz, no meu primeiro trabalho em português como adulta, em um festival que eu compareço todos os anos desde 2015, combinando os meus dois mundos: L.A. e Brasil. Não poderia ser melhor.